sexta-feira, 26 de novembro de 2021


NÃO SOLTEM O CAVALO...

    Um cavalo estava amarrado e tentava se soltar, e veio um demônio e o soltou.⁣

    ⁣  - O cavalo entrou nas terras de um fazendeiro e começou a comer a plantação, o dono da fazenda pegou sua espingarda e matou o cavalo.⁣

    ⁣  - Então o dono do cavalo pegou sua espingarda e matou o dono da fazenda.

  ⁣  - A mulher do dono da fazenda matou o dono do cavalo.⁣

    - E o filho do dono do cavalo matou a mulher.

 ⁣ ⁣   Os vizinhos em cólera mataram o garoto e queimaram sua casa.

 ⁣ ⁣   Então eles perguntaram ao demônio:

⁣    - Porque você fez tudo isso?

    O demônio respondeu:

  ⁣  - Eu só soltei o cavalo! ⁣ O resto foram eles que fizeram.⁣

    MORAL:⁣  O diabo faz coisas simples, porque sabe que a maldade está em nossos corações e sozinhos cuidamos de fazer o resto...

 ⁣ ⁣   Por isso, é bom pensar antes de agir.

  ⁣ ⁣   Orai e vigiai

sábado, 20 de novembro de 2021

VOZES PROFÉTICAS DE RELIGIOSOS DIANTE DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL


Debret - escravidão - Minas Gerais

VOZES PROFÉTICAS DE RELIGIOSOS

DIANTE DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL


Wilmar Santin, O.Carm.

 

 

1.    INTRODUÇÃO

 

         Não se sabe ao certo quando foram introduzidos os primeiros escravos africanos no Brasil.

 

    O certo é que, introduzida a cultura da cana de açúcar, foram montados engenhos, sobretudo na capitania de S. Vicente, e que neles trabalhavam escravos Africanos. E até se pretende que a caravela encontrada por Martim Afonso de Souza na Bahia em 1531, por ele tomada a seu serviço depois de fazer desembarcar os escravos que transportava, já se empregasse nesse comércio[1].

 

         Leis antiescravagistas só surgiram no século XIX. A primeira foi sancionada em 7 de novembro de 1831. Esta lei tinha como finalidade proibir a entrada de novos escravos africanos no império. O artigo 1º dizia: “Todos os escravos, que entrarem no território ou portos do Brasil, vindos de fora, ficam livres”

 

         Como havia muitos abusos e encontrava-se meios de burlar esta lei, em 4 de setembro de 1850 foi aprovada a lei nº 581 que estabelecia medidas de repressão contra o tráfico de escravos africanos no país.

 

         Em 28 de setembro de 1871 foi sancionada a lei nº 2.040, é a famosa Lei do Ventre Livre, que declarava livres todos os filhos que nascessem de mulheres escravas.

 

         A lei 3.270, conhecida como Lei dos Sexagenários, de 28 de setembro de 1885 concedia liberdade aos escravos que atingiam a idade de 65 anos.

 

         Finalmente foi decretada a Lei Áurea (lei nº 3.353) em 13 de maio de 1888 que concedeu liberdade a todos os escravos do Brasil. A lei contém só dois artigos e é direta:

         “Art. 1º - É declarada extinta a escravidão no Brasil.

          Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário”.

 

         Durante o período da escravatura todas ordens religiosas tiveram escravos no Brasil e se aproveitaram da sua força de trabalho. Só para citar um exemplo: em 1878 no Maranhão Frei Caetano de S. Rita Serejo, Provincial dos Carmelitas, administrava um patrimônio de mais de 400 escravos[2].

         Os religiosos, padres e a Igreja como tal são acusados de não terem combatido a escravidão. Em 1883, portanto 5 anos antes da abolição da escravatura, o grande abolicionista Joaquim Nabuco escrevia:

 

          Em outros países, a propaganda da emancipação foi um movimento religioso, pregado do púlpito, sustentado com fervor pelas diferentes igrejas e comunhões religiosas. Entre nós, o movimento abolicionista nada deve, infelizmente, à Igreja do Estado; pelo contrário, a posse de homens e mulheres pelos conventos e por todo o clero secular desmoralizou inteiramente o sentimento religioso de senhores e escravos. No sacerdote, estes não viam senão um homem que podia comprar, e aqueles a última pessoa que se lembraria de acusá-los. A deserção, pelo nosso clero, do posto que o Evangelho lhe marcou, foi a mais vergonhosa possível: ninguém o viu tomar a parte dos escravos, fazer uso da religião para suavizar-lhes o cativeiro, e para dizer a verdade moral aos senhores. Nenhum padre tentou, nunca, impedir um leilão de escravos, nem condenou o regimen religioso das senzalas. A Igreja católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação[3].

 

         O jornalista José Júlio Chiavenato afirma: “A Igreja, no Brasil, era aliada fiel dos senhores. E entre os padres encontravam-se alguns dos mais cruéis proprietários de escravos. A crônica das crueldades é rica em sacerdotes sádicos”[4].

 

         O historiador Riolando Azzi, que é bastante crítico em relação à atuação da Igreja como aliada ao projeto colonizador português, reconhece: “Dentro da concepção ética da Cristandade colonial, não havia muito clima para que desabrochasse na Igreja do Brasil uma verdadeira consciência dos direitos humanos e da justiça social”[5]. Os bispos e os padres diocesanos eram na prática funcionários públicos pagos pelo rei. Assim muito dificilmente poderiam se rebelar contra a situação, pois significaria ficarem privados do salário. Os religiosos por sua parte tinham independência econômica, mas dependiam do trabalho escravo para manterem suas fazendas. Por isso

 

       Em geral, a Igreja aceitou pacificamente tanto a guerra contra os índios por uma “causa justa” como a escravidão negra, que constituiu a base do sistema latifundiário introduzido desde o início no Brasil.

          Não obstante, houve algumas vozes que tiveram coragem de reagir contra o regime escravocrata vigente no Brasil[6].

 

         Estas vozes proféticas foram mais fortes em defesa do índio do que em relação aos negros. A reação contra a escravidão negra começou entre os jesuítas já no século XVI. Até o século XVIII quem defendesse os escravos deveria deixar o Brasil, talvez isto tenha sido um motivo para não ter havido muitos defensores destes pobres cativos. No entanto alguns reagiram e denunciaram a escravidão como contrária à vontade de Deus.

 

2. SÉCULO XVI

 

2.1 PADRE MANUEL DA NÓBREGA

 

Talvez seja o primeiro a manifestar uma opinião contrária à escravidão. Não foi um protesto direto e aberto, mas a manifestação de sua contrariedade em relação à introdução de escravos no país. Assim escreve o grande abolicionista Perdigão Malheiro: “O Padre Manuel da Nóbrega, pouco depois da fundação em 1549 da Bahia, cabeça do estado, no governo de Tomé de Souza, escrevia ao Padre Prepósito, do colégio de Santo Antão em Lisboa, queixando-se dessa introdução de escravos negros e negras na nova povoação, mescla perniciosa, inoculando-se assim no Brasil o fatal cancro da escravatura, fonte de imoralidade e de ruína[7].

 

2.1. PADRE MIGUEL GARCIA, S.J.

 

         Espanhol de nascimento, foi o primeiro professor de Filosofia no colégio da Bahia.

 

         Foi também o primeiro sacerdote a contestar o regime escravocrata no Brasil. Pe. Serafim Leite, o grande escritor da história dos jesuítas no Brasil, informa: “Sustentava ele a opinião, esclarece o P. Cristóvão de Gouveia[8]de que nenhum escravo da África ou Brasil era justamente cativo”[9]. Portanto, Pe. Miguel Garcia foi claro na sua posição: não havia escravidão justa! Não ficou na teoria ou pura filosofia: partiu para a ação. Por isso recusou-se atender a confissão das pessoas que possuíam escravos, incluindo os próprios padres jesuítas do Colégio. Isto evidentemente provocou reação adversa tanto entre os proprietários como entre os padres do Colégio, que por fim levou à decisão de reenviá-lo à Espanha.

         Antes da tomada desta decisão o visitador fez uma ampla consulta a juristas e moralistas da Europa. A resposta foi que poderia haver cativeiros justos, portanto o consenso geral era totalmente contrário à posição de Pe. Garcia.

         Ainda na Bahia em 1583 o P. Miguel escrevia ao Pe. Acquaviva[10]:

 

A multidão dos escravos, que tem a Companhia nesta Província, particularmente neste Colégio [da Baía], é coisa que de maneira nenhuma posso tragar, maxime, por não poder entrar no meu entendimento serem licitamente havidos. ... E dos da terra, entre certos e duvidosos, é tão grande o número, que a mim me enfada; e com estas coisas e com ver os perigos da consciência in multis, nesta terra, alguma vez me passou por pensamento que seguramente serviria a Deus e me salvaria in saeculo que em Província, onde vejo as coisas que vejo[11].

 

Ele tinha, portanto, um verdadeiro problema de consciência que envolvia o risco de não se salvar.

 

2.2. PADRE GONÇALO LEITE, S.J.

 

         Pe. Gonçalo Leite nasceu em Portugal e entrou na Companhia de Jesus em 1565. Logo após sua profissão solene foi enviado à missão do Brasil. Foi o primeiro professor do curso de Artes no Colégio da Bahia. “A sua autoridade como Professor e suas opiniões contrárias às do Visitador tornaram-no indesejável; e as informações enviadas a Roma são desfavoráveis a ele, dando-o com inquieto”. Teve que voltar a Portugal em 1586 por causa da sua posição frente ao problema da escravidão negra e indígena. Em Lisboa morreu envenenado em 19 de abril de 1603[12].

         Pe. Gonçalo teve a mesma posição do Pe. Miguel Garcia. Foi taxado como “inquieto” por causa de suas posições. Já em Lisboa, em 20 de junho de 1586 escrevia ao seu Padre Geral:

 

Todos os Padres do Brasil andam perturbados e inquietos na consciência com muitos casos acêrca-de cativeiros, homicídios e muitos agravos, que os brancos fazem aos Índios da terra. A determinação dêstes casos não é tão dificultosa quanto é a execução dêles. Alguns Padres lhes teem respondido; mas as respostas mandadas ao Brasil pouco aproveitam, se não forem confirmadas pela Mesa da Consciência[13]; e, com favor de Sua Majestade, os Governadores as mandarem pôr em execução, porque os nossos Padres não teem fôrça para isso. De outra maneira, bem se podem persuadir os que vão ao Brasil, que não vão a salvar almas, mas condenar as suas. Sabe Deus com quanta dor de coração isto escrevo, porque vejo nossos Padres confessarem homicidas e roubadores da liberdade, fazenda e suor alheio, sem restituição do passado, nem remédio dos males futuros, que da mesma sorte cada dia cometem[14].

 

Em seguida informa também que o visitador tinha tomado algumas medidas como: somente alguns padres poderiam confessar na igreja, enquanto que outros foram proibidos de atenderem confissões na igreja e só tinham permissão de fazê-lo na portaria. Tudo indica que estes últimos tinham a mesma posição dos padres Miguel e Gonçalo.

 

3. SÉCULO XVIII

 

3.1. FREI ANDRÉ DA PIEDADE, O.CARM.

 

         Frei André da Piedade emitiu seus votos em 1723 no convento do Carmo de Belém do Pará. Ali também estudou Filosofia e Teologia. Foi mestre de noviços, prior e Procurador Geral das Missões Carmelitas do Maranhão, que na época comprendia praticamente toda a Amazônia brasileira.

 

         “Em 1745, Frei André da Piedade luta pela libertação dos escravos nas casas e fazendas dos colonizadores brancos”[15].

 

3.2. FREI CRISTÓVÃO DE LISBOA, O.F.M.

 

         Frei Cristóvão de Lisboa foi Custódio (superior) no Maranhão. “Em 1747, condenou tanto a escravatura dos nossos índios como o tráfico do elemento africano”[16].

 

3.3 FREI JOSÉ BARBAROLA, O.F.M.Cap. 

 

         Frei José Barbarola (ou Frei José de Bolonha) foi um missionário capuchinho italiano que viveu na Bahia de 1779 a 1794.

 

         Em 18 de junho de 1794 o governador da Bahia, D. Fernando José, escreveu uma carta ao ministro da Coroa Portuguesa Martinho de Melo e Castro contando algo sobre a ação de Frei José. A simples transcrição do documento já é suficiente para se ver a posição de Frei José e as reações.

       Ilmo. e Exmo. Sr.

          O Arcebispo desta diocese, levado daquela vigilância que sempre mostra em atalhar qualquer doutrina em matéria espiritual que possa perturbar a tranquilidade e sossego desta Capitania, ou opor-se às leis e ordens de Sua Majestade, me fez saber que o padre frei José de Bolonha missionário capuchinho italiano tivera o desacordo e indiscrição de seguir a má opinião a respeito da escravidão, a qual se propagasse e abraçasse inquietaria contaminando as consciências dos habitantes dessa cidade e traria para o futuro consequências funestas para a conservação e subsistência desta colônia.

          Depois deste religioso viver neste país perto de 14 anos, com procedimento exemplar, cumprindo com as obrigações de seu ministério, apesar de algumas imprudências em que rompia, e de que se abstinha sendo delas advertido pelos seus superiores, merecendo o conceito de homem misterioso e zeloso pelo seu serviço de Deus, se persuadiu ou o persuadiram de que a escravidão era ilegítima, e contrária à religião, ou ao menos que sendo estas umas vezes legítima e outras ilegítimas, se devia fazer a distinção entre escravos tomados em guerra justa ou injusta, chegando a tal ponto a sua presença que, confessando pela festa do Espírito Santo a várias pessoas, pôs em prática esta doutrina, obrigando-os que entrassem na indagação desta matéria tão dificultosa, por não dizer impossível de se averiguar, a fim de dar liberdade àqueles escravos que, ou fossem furtados ou seduzidos a uma escravidão injusta, sem refletir que, quem compra escravos, os compra regularmente a pessoas autorizadas para os venderem, e debaixo dos olhos e consentimento do Príncipe, e que seria maldito e contra a tranquilidade da sociedade exigir de um particular quando compra qualquer mercadoria, a pessoa estabelecida para os vender, que primeiramente se informassem donde elas provém, por averiguações, além de inúteis, capazes sem dúvida de aniquilarem toda e qualquer espécie de comércio.

          Examinada a origem desta opinião que este padre por tanto tempo não seguira, se veio no conhecimento de que algumas práticas que tivera com os padres italianos da Missão de Goa transportados na Nau Belém (para) este porto, e hospedados no Hospício da Palma deram lugar a que este religioso se capacitasse desta doutrina, não tanto por malícia e dolo como por falta de maiores talentos e conhecimentos teológicos, e em razão de uma consciência escrupulosa.

          Para que uma doutrina tão perniciosa não se espalhasse, o arcebispo imediatamente o mandou suspender de confessor, rogando-me o remetesse neste navio que segue viagem, e que o Mestre não o deixasse saltar para a terra sem ordem positiva de V. Excia.; e conferindo com o mesmo Arcebispo sobre esta matéria, para se darem mais providências que parecem acertadas, julguei conveniente chamar à minha presença o reitor dos referidos missionários de Goa, estranhando-lhe vivamente a sua indiscrição, e mostrando-lhe vivamente que esta matéria era sumamente delicada e melindrosa, e que ao Príncipe unicamente tocava providência sobre ela, se algum dia assim o julgasse conveniente, e que finalmente era grande inconsideração e temeridade, à vista de um prelado tão sábio e doutor, e de todo o clero desta cidade, suscitar semelhante questão[17].

 

 

4. SÉCULO XIX

 

 

4.1.1 FREI EUGÊNIO, O.F.M.Cap.

 

         “Frei Eugênio, de Gênova, de 1843 a 1871, obteve cerca de 686 cartas de alforria para escravos”[18].

 

4.1.2. FREI GREGÓRIO DE BENE, O.F.M.Cap.

 

         Frei Gregório de Bene, no Estado do Espírito Santo, “censurava a escravidão e ressaltava a liberdade dos povos da Itália e outros países da Europa”[19]

 

4.1.3 FREI GREGÓRIO DE JOSÉ MARIA, O.Carm.

 

         Frei Gregório de José Maria foi acusado de instigar uma revolta de 300 escravos em Vitória do Espírito Santo em 1849. Ele foi expulso para o Amazonas[20].

 

 

4.2. ORDENS RELIGIOSAS

 

         Não só individualmente alguns religiosos tomaram posição, mas também comunitariamente em favor dos escravos. Vejamos alguns casos.

 

4.2.1. CARMELITAS

 

         Em 1798 aconteceu na Bahia a chamada Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana. Os revolucionários tinham como uma de suas metas acabar com a escravidão e com o preconceito racial. O historiador Riolando Azzi afirma: “Diversos clérigos apoiaram o movimento, principalmente os carmelitas, colaborando com a tradução de textos franceses”[21].

 

4.2.1.1. FREI NORBERTO DA PURIFICAÇÃO PAIVA, O.Carm.

 

         Frei Norberto da Purificação Paiva foi provincial da Província Carmelitana Pernambucana de 1860 a 1863.“Um dos feitos honraveis do seu governo foi dar liberdade a todos os escravos que a Ordem tinha em Ubaca, um dos engenhos que o convento do Carmo possuia”[22].

 

4.2.1.2. PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO

 

         “O ano de 1871 marcou o princípio de um belo costume que se fixou entre os “Carmelitas” de alforriarem os cativos, ficando apenas com os indispensáveis para o trabalho das casas”[23]. Emanuel Boaga especifica que esta decisão de alforriar os escravos foi tomada pela Província do Rio de Janeiro[24]

 

No entanto a posição do carmelita Frei Caetano de Santa Rita Serejo no Maranhão foi totalmente oposta. Nem a um apelo direto do bispo para libertar seus escravos, por ocasião do jubileu sacerdotal do Papa Leão XIII em 1887, o moveu. D. Felipe Condurú comenta o fato:

 

          Insistiu [o bispo D. Antônio de Alvarenga] muito também com Fr. Caetano, o conhecido Carmelita, para fazer o mesmo [dar carta de alforria como o fizera Fr. Manoel Rufino, o último mercedário no Maranhão], fazendo-lhe ver que, mais cedo ou mais tarde, o Governo lhe faria perder seus escravos. Era melhor dar-lhes a liberdade, ganhando-lhes assim o reconhecimento, o que não aconteceria, se fossem libertados por lei. O Frade, porém, agarrado demais aos bens temporais, respondia-lhe que o governo indenizaria os senhores. E viu libertos por lei todos os seus cativos. A tal indenização [não] lhe veio, como [não] lhe veio o reconhecimento dos escravos, os quais logo abandonaram as fazendas da Ordem, deixando na miséria o Frade, que tinha outrora, na sua pobreza religiosa possuido fortuna colossal. - Coisas deste mundo!...[25].

 

4.2.2. BENEDITINOS

 

         No dia 3 de maio de 1866 o Capítulo Geral declarou livre todos os que nascessem dentro dos muros dos conventos beneditinos. Este modo de agir inspirou a Lei do Ventre Livre. Três anos depois o Mosteiro de S. Bento, no Rio de Janeiro, promovia a libertação de todos os seus escravos com mais de 50 anos e, em 1871, manumitia três mil cativos[26].

 

4.2.3. FRANCISCANOS

 

       Os franciscanos da Província da Imaculada Conceição, em 1871, por ocasião da festa de S. Francisco, davam também liberdade aos seus escravos “conservando só os que são indispensáveis no momento”. Essa atitude dos franciscanos foi seguida pelos franciscanos do Nordeste, cuja Província de S. Antônio concedia em 1872 liberdade aos escravos de seus conventos[27].

 

 

5. CONCLUSÃO

 

         Mesmo não havendo "muito clima para que desabrochasse na Igreja do Brasil uma verdadeira consciência dos direitos humanos e da justiça social”[28], deve-se reconhecer que surgiram algumas vozes proféticas de religiosos no Brasil em relação à escravatura negra. É verdade que não foram muitas, mas existiram. Dentre os profetas neste campo sem dúvida destacam-se: Pe. Miguel Garcia, Pe. Gonçalo Leite e frei José de Barbarola.

         Eles foram incompreendidos até mesmo dentro de suas comunidades. Os três tiveram o mesmo destino: foram obrigados a deixar o país! Frei José de Barbarola inclusive foi “punido” com a suspensão do direito de confessar e denunciado pelo próprio bispo às autoridades civis.

         Infelizmente estes defensores dos escravos são pouco conhecidos e por isso seus atos proféticos são pouco divulgados. É dever de justiça resgatar a memória destes religiosos e apresentá-los como exemplos de luta pela justiça e liberdade. Assim não se pode aceitar de maneira absoluta a afirmação do grande abolicionista Joaquim Nabuco de que "a Igreja católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação"[29].

 

 

 

 

APÊNDICE 1

 

 

 

BISPOS, PADRES E LEIGOS A FAVOR DA ABOLIÇÃO

 

 

Também entre os bispos e padres diocesanos houve profetas, por isso, mesmo fugindo do escopo desta investigação, vou elencar os nomes de alguns sem me ater ao que fizeram ou falaram.

 

BISPOS[30]

 

D. Romualdo Antônio de Seixas (arcebispo da Bahia)

D. Antônio Ferreira Viçoso (bispo de Mariana)

D. Marcos Antônio de Sousa (bispo do Maranhão)

D. Antônio Maria Corrêa de Sá e Benevides (bispo de Mariana)

D. João Antônio dos Santos (bispo de Diamantina)

D. Frei Antônio de Guadalupe (bispo do Rio de Janeiro)

D. Frei João da Cruz (bispo do Rio de Janeiro)

D. Antônio Luís dos Santos (arcebispo da Bahia )

D. José da Silva Barros (bispo de Olinda e Recife )

D. Manuel do Monte Rodrigues de Araújo (bispo do Rio de Janeiro)

D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho (bispo de São Paulo)

D. Pedro Maria de Lacerda (bispo do Rio de Janeiro)

D. Frei Luís da Conceição Saraiva

D. Sebastião Dias Laranjeiras (bispo no Rio Grande do Sul)

 

PADRES DIOCESANOS ABOLICIONISTAS[31]

 

Pe. Diogo Antônio Feijó

Pe. Correia de Almeida

Pe. Antônio Fernandes dos Santos

Pe. João de Santo Antônio

Pe. Antônio Caetano da Fonseca

Pe. João Crisóstomo de Paiva Torres

Pe. José Alves Martins Loreto

Pe. João Clímaco

Pe. Augusto Sequeira Canabrava

Pe. Azambuja Meireles

Pe. Antunes de Sequeira

Pe. Augusto Joaquim de Siqueira Canabarro

 

PADRES ABOLICIONISTAS NO PARLAMENTO BRASILEIRO[32]

 

Pe. José Custódio Dias

Pe. Venâncio Henriques de Resende

Pe. Francisco Muniz Tavares

Pe. José Martiniano de Alencar

Pe. José Antônio Marinho

Pe. Miguel do Sacramento Lopes Gama

Pe. Lindolfo José Correia das Neves

Pe. Joaquim Pinto de Campos

Pe. Inácio Xavier da Silva

Pe. José Lourenço da Costa Aguiar

Pe. Mâncio Caetano Ribeiro

Pe. Tomás Pompeu de Sousa Brasil

 

LEIGOS[33]

 

João Severiano Maciel da Costa

Felisberto Caldeira Brant Pontes

Joaquim Nabuco (inclusive visitou o Papa pedindo apoio para a causa da abolição)

Perdigão Malheiro[34]

 

 

 

APÊNDICE  2

 

O Navio Negreiro

 

Castro Alves

 

 


I

 

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço  

Brinca o luar — dourada borboleta;  

E as vagas após ele correm... cansam  

Como turba de infantes inquieta.  

 

'Stamos em pleno mar... Do firmamento  

Os astros saltam como espumas de ouro...  

O mar em troca acende as ardentias,  

— Constelações do líquido tesouro...  

 

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos  

Ali se estreitam num abraço insano,  

Azuis, dourados, plácidos, sublimes...  

Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...  

 

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas  

Ao quente arfar das virações marinhas,  

Veleiro brigue corre à flor dos mares,  

Como roçam na vaga as andorinhas...  

 

Donde vem? onde vai?  Das naus errantes  

Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?  

Neste saara os corcéis o pó levantam,   

Galopam, voam, mas não deixam traço.  

 

Bem feliz quem ali pode nest'hora  

Sentir deste painel a majestade!  

Embaixo — o mar em cima — o firmamento...  

E no mar e no céu — a imensidade!  

 

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!  

Que música suave ao longe soa!  

Meu Deus! como é sublime um canto ardente  

Pelas vagas sem fim boiando à toa!  

 

Homens do mar! ó rudes marinheiros,  

Tostados pelo sol dos quatro mundos!  

Crianças que a procela acalentara  

No berço destes pélagos profundos!  

Esperai! esperai! deixai que eu beba  

Esta selvagem, livre poesia  

Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,  

E o vento, que nas cordas assobia...  

..........................................................  

 

Por que foges assim, barco ligeiro?  

Por que foges do pávido poeta?  

Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira  

Que semelha no mar — doudo cometa!  

 

Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,  

Tu que dormes das nuvens entre as gazas,  

Sacode as penas, Leviathan do espaço,  

Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.  

 

II

 

Que importa do nauta o berço,  

Donde é filho, qual seu lar?  

Ama a cadência do verso  

Que lhe ensina o velho mar!  

Cantai! que a morte é divina!  

Resvala o brigue à bolina  

Como golfinho veloz.  

Presa ao mastro da mezena  

Saudosa bandeira acena  

As vagas que deixa após.  

 

Do Espanhol as cantilenas  

Requebradas de langor,  

Lembram as moças morenas,  

As andaluzas em flor!  

Da Itália o filho indolente  

Canta Veneza dormente,  

— Terra de amor e traição,  

Ou do golfo no regaço  

Relembra os versos de Tasso,  

Junto às lavas do vulcão!  

 

O Inglês — marinheiro frio,  

Que ao nascer no mar se achou,  

(Porque a Inglaterra é um navio,  

Que Deus na Mancha ancorou),  

Rijo entoa pátrias glórias,  

Lembrando, orgulhoso, histórias  

De Nelson e de Aboukir.. .  

O Francês — predestinado —  

Canta os louros do passado  

E os loureiros do porvir!  

 

Os marinheiros Helenos,  

Que a vaga jônia criou,  

Belos piratas morenos  

Do mar que Ulisses cortou,  

Homens que Fídias talhara,  

Vão cantando em noite clara  

Versos que Homero gemeu ...  

Nautas de todas as plagas,  

Vós sabeis achar nas vagas  

As melodias do céu! ...  

  

III

    

Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!  

Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano  

Como o teu mergulhar no brigue voador!  

Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!  

É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...  

Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror! 

 

IV

 

Era um sonho dantesco... o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar de açoite...

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar...

 

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais ...

Se o velho arqueja, se no chão resvala,

Ouvem-se gritos... o chicote estala.

E voam mais e mais...

 

Presa nos elos de uma só cadeia,

A multidão faminta cambaleia,

E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece,

Outro, que martírios embrutece,

Cantando, geme e ri!

 

No entanto o capitão manda a manobra,

E após fitando o céu que se desdobra,

Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros:

"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!

Fazei-os mais dançar!..."

 

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .

E da ronda fantástica a serpente

Faz doudas espirais...

Qual um sonho dantesco as sombras voam!...

Gritos, ais, maldições, preces ressoam!  

          E ri-se Satanás!...   

  

V

 

Senhor Deus dos desgraçados!  

Dizei-me vós, Senhor Deus!  

Se é loucura... se é verdade  

Tanto horror perante os céus?!  

Ó mar, por que não apagas  

Co'a esponja de tuas vagas  

De teu manto este borrão?...  

Astros! noites! tempestades!  

Rolai das imensidades!  

Varrei os mares, tufão!  

 

Quem são estes desgraçados  

Que não encontram em vós  

Mais que o rir calmo da turba  

Que excita a fúria do algoz?  

Quem são?   Se a estrela se cala,  

Se a vaga à pressa resvala  

Como um cúmplice fugaz,  

Perante a noite confusa...  

Dize-o tu, severa Musa,  

Musa libérrima, audaz!...  

São os filhos do deserto,  

Onde a terra esposa a luz.  

Onde vive em campo aberto  

A tribo dos homens nus...  

São os guerreiros ousados  

Que com os tigres mosqueados  

Combatem na solidão.  

Ontem simples, fortes, bravos.  

Hoje míseros escravos,  

Sem luz, sem ar, sem razão. . .  

 

São mulheres desgraçadas,  

Como Agar o foi também.  

Que sedentas, alquebradas,  

De longe... bem longe vêm...  

Trazendo com tíbios passos,  

Filhos e algemas nos braços,  

N'alma — lágrimas e fel...  

Como Agar sofrendo tanto,  

Que nem o leite de pranto  

Têm que dar para Ismael.  

 

Lá nas areias infindas,  

Das palmeiras no país,  

Nasceram crianças lindas,  

Viveram moças gentis...  

Passa um dia a caravana,  

Quando a virgem na cabana  

Cisma da noite nos véus ...  

... Adeus, ó choça do monte,  

... Adeus, palmeiras da fonte!...  

... Adeus, amores... adeus!...  

 

Depois, o areal extenso...  

Depois, o oceano de pó.  

Depois no horizonte imenso  

Desertos... desertos só...  

E a fome, o cansaço, a sede...  

Ai! quanto infeliz que cede,  

E cai p'ra não mais s'erguer!...  

Vaga um lugar na cadeia,  

Mas o chacal sobre a areia  

Acha um corpo que roer.  

 

Ontem a Serra Leoa,  

A guerra, a caça ao leão,  

O sono dormido à toa  

Sob as tendas d'amplidão!  

Hoje... o porão negro, fundo,  

Infecto, apertado, imundo,  

Tendo a peste por jaguar...  

E o sono sempre cortado  

Pelo arranco de um finado,  

E o baque de um corpo ao mar...  

 

Ontem plena liberdade,  

A vontade por poder...  

Hoje... cúm'lo de maldade,  

Nem são livres p'ra morrer. .  

Prende-os a mesma corrente  

— Férrea, lúgubre serpente —  

Nas roscas da escravidão.  

E assim zombando da morte,  

Dança a lúgubre coorte  

Ao som do açoute... Irrisão!...  

 

Senhor Deus dos desgraçados!  

Dizei-me vós, Senhor Deus,  

Se eu deliro... ou se é verdade  

Tanto horror perante os céus?!...  

Ó mar, por que não apagas  

Co'a esponja de tuas vagas  

Do teu manto este borrão?  

Astros! noites! tempestades!  

Rolai das imensidades!  

Varrei os mares, tufão! ...  

 

              VI

 

Existe um povo que a bandeira empresta  

P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...  

E deixa-a transformar-se nessa festa  

Em manto impuro de bacante fria!...  

Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,  

Que impudente na gávea tripudia?  

Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto  

Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...  

 

Auriverde pendão de minha terra,  

Que a brisa do Brasil beija e balança,  

Estandarte que a luz do sol encerra  

E as promessas divinas da esperança...  

Tu que, da liberdade após a guerra,  

Foste hasteado dos heróis na lança  

Antes te houvessem roto na batalha,  

Que servires a um povo de mortalha!...  

 

Fatalidade atroz que a mente esmaga!  

Extingue nesta hora o brigue imundo  

O trilho que Colombo abriu nas vagas,  

Como um íris no pélago profundo!  

Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga  

Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!  

Andrada! arranca esse pendão dos ares!  

Colombo! fecha a porta dos teus mares!



BIBLIOGRAFIA

 

 

AZZI, Riolando. A cristandade colonial: um projeto autoritário, Paulinas, São Paulo 1987.

  _________,    A crise da cristandade e o projeto liberal, Paulinas, São Paulo 1991.

  _________,    O altar unido ao trono, Paulinas, São Paulo 1992.

BEOZZO, José Oscar. A Igreja e a escravidão 1875-1888, em História da Igreja no Brasil, (=História Geral da Igreja na América Latina II/2), Vozes, Petrópolis 1992.

BOAGA, Emanuele. Caminhada da Evangelização na História, São João del Rei 1999.

CARVALHO, José Geraldo VIDIGAL DE. A Igreja e a escravidão - uma análise documental, Presença, Rio de Janeiro 1985.

CHIAVENATO, Julio José. O negro no Brasil - da senzala à guerra do Paraguai, Brasiliense, São Paulo 1980.

FRAGOSO, Hugo. A Igreja na formação do Estado Liberal, em História da Igreja no Brasil, (=História Geral da Igreja na América Latina II/2), Vozes-Paulinas, Petrópolis 1992.

HOORNAERT, Eduardo e outros. História da Igreja no Brasil, (=História Geral da Igreja na América Latina II/1), Vozes, Petrópolis 1992.

HURBON, Laënnec. A Igreja e a escravidão moderna, em Historia Liberationis: 500 anos de História da Igreja na América Latina, Paulinas-CEHILA, São Paulo 1992.

LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil, em 10 volumes, Livraria Portugalia e Civilização Brasileira, Lisboa-Rio de Janeiro 1938 a 1950.

MALHEIRO, Perdigão. A Escravidão no Brasil - Ensaio Histórico, Jurídico, Social, vol. III, (=Dimensões do Brasil 3, 1ª ed. 1867), 3ª ed., Vozes-MEC, Petrópolis-Brasília 1976.

MIRA, João Manuel LIMA. Reflexão sobre a evangelização do negro no Brasil, em América Latina: 500 anos de evangelização, Paulinas, São Paulo 1990.

NABUCO, Joaquim. O abolicionismo, (=Dimensões do Brasil 4), 4ª ed., Vozes-MEC, Petrópolis-Brasília 1977.

NASCIMENTO, Abdias DO. O quilombismo, Vozes, Petrópolis 1980.

PACHECO, Felipe CONDURU. História Eclesiástica do Maranhão, SENAC, Maranhão 1969.

PRAT, André. Notas históricas sobre as missões carmelitas no extremo Norte do Brasil (Século XVII-XVIII), Recife 1941.

PRIMERIO, Pe. Fr. Fidélis M. DE. Capuchinhos em Terras de Santa Cruz, nos séculos XVII, XVIII e XIX, Livraria Martins, São Paulo 1942.

REHBEIN, Franziska C. Caminhos de salvação das religiões afro-brasileiras, em América Latina: 500 anos de evangelização, Paulinas, São Paulo 1990.

SUESS, Paulo. Etíope Resgatado - Discurso teológico-jurídico de Manoel Ribeiro Rocha sobre a libertação dos escravos, em Revista Eclesiástica Brasileira, 51/204, Petrópolis dez. 1991.

 

 

 

ÍNDICE

 

 

1. Introdução ...................................................................................... 01

2. Século XVI ......................................................................................

     2.1 Padre Manuel da Nóbrega .........................................................

     2.2 Padre Miguel Garcia, S.J. .........................................................

     2.3 Padre Gonçalo Leite, S.J. .......................................................... 

3. Século XVII ....................................................................................

     3.1. Frei André da Piedade, O.Carm. ...............................................

     3.2. Frei Cristóvão de Lisboa, O.F.M. ................................................

     3.3. Frei José de Barbarola, O.F.M.cap. ...........................................

4. Século XIX ........................................................................................

     4.1.1. Frei Eugênio, O.F.M.cap. .........................................................

     4.1.2. Frei Gregório de Bene, O.F.M.cap. ...........................................

     4.1.3. Frei Gregório de José Maria ......................................................

4.2. Ordens Religiosas ...............................................................................

     4.2.1. Carmelitas ..................................................................

4.2.1.1. Frei Norberto da Purificação Paiva

4.2.1.2. Província do Rio de Janeiro

     4.2.2. Beneditinos ..........................................................................

     4.2.3. Franciscanos ........................................................

5. Conclusão ..............................................

Apêndice 1 Bispos, padres e leigos a favor da abolição ........................................

     Bispos ..........................................................................................

     Padres diocesanos abolicionistas ...................................................................

     Padres abolicionistas no parlamento brasileiro .......................................

     Leigos ..................................................................................................

Apêndice 2 Poesia Navio Negreiro de Castro Alves .................................

Bibliografia .............................................................................................

 



[1]MALHEIRO, A escravidão no Brasil, 26.

[2]PACHECO, História Eclesiástica, 369.

[3]NABUCO, O abolicionismo, 67-68.

[4]CHIAVENATO, O negro no Brasil, 112.

[5]AZZI. A cristandade colonial, 165.

[6]AZZI. A cristandade colonial, 166.

[7]MALHEIROA Escravidão no Brasil, 26.

[8]Foi o visitador dos jesuítas no Brasil de 1583 a 1589.

[9]LEITE, História da Companhia, vol. II, 227.

[10]Superior Geral dos Jesuítas.

[11]Citado por LEITE, História da Companhia, vol. II, 227-228.

[12]Informações colhidas em LEITE, História da Companhia, vol. II, 229, nota 2.

[13]A Mesa da Consciência e Ordensfoi a instituição portuguesa dos assuntos religiosos. Era uma espécie de ministério do culto. Começou a funcionar em 1532. Tinha um tribunal próprio e dava parecer ao rei sobre resgates de cativos, paróquias, capelas, hospitais, ordens religiosas, cargos eclesiásticos, universidades, etc. As questões coloniais eram da competência do Conselho Ultramarino.

[14]Citado por LEITE, História da Companhia, vol. II, 228-229.

[15]BOAGA, Caminhada da Evangelização, 78.

[16]Venâncio WILLEKE, citado por CARVALHO, A Igreja e a escravidão,69.

[17]AZZI, A crise da cristandade, 188-190.

[18]CARVALHO, A Igreja e a escravidão,68.

[19]Maria Stela de NOVAIS, citada por CARVALHO, A Igreja e a escravidão,68.

[20]FRAGOSO, A Igreja na formação, 172.

[21]AZZI, A crise da cristandade, 17.

[22]Catalogo incompleto dos Religiosos do Carmelo Pernambucano (1580-1925), organizado por Frei André Prat. O original manuscrito está no arquivo da Província Carmelitana Pernambucana em Recife)

[23]CARVALHO, A Igreja e a escravidão,69.

[24]BOAGA, Caminhada da Evangelização,79.

[25]PACHECO, História Eclesiástica, 420.

[26]CARVALHO, A Igreja e a escravidão,69.

[27]FRAGOSO, A Igreja na formação, 164.

[28]AZZI, A cristandade colonial, 165.

[29]NABUCO, O abolicionismo, 67-68.

[30]Informações sobre o que cada um fez e como contestou a escravidão, ver CARVALHO, A Igreja e a escravidão, 101-118; FRAGOSO, A Igreja na formação, 162-163.

[31]Informações sobre o que cada um fez e como contestou a escravidão, ver CARVALHO, A Igreja e a escravidão, 178-187.

[32]Informações sobre os pronunciamentos de cada um no Parlamento, ver CARVALHO, A Igreja e a escravidão, 118-149.

[33]Informações sobre o que cada um fez e como contestou a escravidão, ver CARVALHO, A Igreja e a escravidão, 150-177.

[34]É autor da obra A Escravidão no Brasil - Ensaio Histórico, Jurídico, Social, em 3 volumes publicada em 1867.

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